Oficinas Pedagógicas: Um Espaço de Educação Profissional para Alunos com Necessidades Educacionais Especiais Significativas
Assim, proliferou a idéia de que, independentemente do tipo de deficiência que a pessoa apresenta, bem como do grau de seu comprometimento, esta tem o direito imediato de viver e de trabalhar no espaço comum da vida em sociedade.
Para que isto seja viável, entretanto, o contexto social precisa se modificar, e promover as adaptações que se mostrarem necessárias para responder ao conjunto de necessidades especiais apresentadas por essas pessoas.
A esta nova forma de pensar, denominou-se Paradigma de Suportes.
As Oficinas Pedagógicas, então, neste novo contexto de idéias e de práticas, confronta-se com a necessidade de promover os ajustes que as insiram no espírito de um novo paradigma, filosófica e legalmente fundamentado neste país.
Aspectos Metodológicos
Objetivos da Oficina Pedagógica
Embora a questão do trabalho permeie todas as etapas da escolaridade e níveis de ensino, a Oficina Pedagógica é a instância responsável pela 1ª. etapa – Iniciação para o Trabalho, historicamente realizada nas escolas especiais governamentais, ou nas organizações não governamentais.
Cabe a ela o ensino de competências e habilidades básicas, essenciais para o funcionamento do aluno em todas as instâncias da vida em comunidade, e especificamente, na instância do mundo ocupacional.
Assim, ao invés de se investir no ensino de uma atividade profissional específica, esta deverá ser uma atividade para o ensino das competências e habilidades básicas.
A quem se destinam embora a questão do trabalho permeie todas as etapas da escolaridade e níveis de ensino, a Oficina Pedagógica é a instância responsável pela 1a. etapa – Iniciação para o Trabalho, historicamente realizada nas escolas especiais governamentais, ou nas organizações não governamentais.
Cabe a ela o ensino de competências e habilidades básicas, essenciais para o funcionamento do aluno em todas as instâncias da vida em comunidade, e especificamente, na instância do mundo ocupacional.
Assim, ao invés de se investir no ensino de uma atividade profissional específica, esta deverá ser uma atividade-meio para o ensino das competências e habilidades básicas.
Método de Ação
São várias as considerações que devem ser feitas no que se refere ao método de ação das Oficinas Pedagógicas:
1. Atendimento individualizado
Há que se garantir atenção individualizada, a cada aluno. É essencial que se conheçam as possibilidades e as necessidades educacionais especiais de cada um dos alunos, os interesses profissionais. É também essencial que se conheçam as peculiaridades e características do mundo ocupacional existente e disponível na região.
A partir de tais dados, torna-se possível fazer uma avaliação cuidadosa de ambos (demandas e ofertas do mundo ocupacional e peculiaridades do aluno em seu contexto amplo de existência), o que permitirá o delineamento de um Plano de Ensino efetivo e significativo.
Sem uma avaliação criteriosa, cuidadosa e contínua, um currículo individualizado voltado para a Educação Profissional não será adequadamente desenvolvido.
Assim, o Plano Individualizado de Aprendizagem torna-se um instrumento crítico de planejamento para uma efetiva educação profissional.
2. Elaboração de Plano Individualizado de Aprendizagem
O Plano Individualizado de Aprendizagem, deve ser elaborado para cada aluno, a partir de um conjunto de análises:
1. ecológica
2. funcional profissional
Entende-se por avaliação ecológica, “um tipo mais amplo de análise, voltada para a busca de uma maior compreensão sobre o indivíduo, em todas as ecologias e ambientes de sua vida...A análise ecológica, assim, envolve:
1. A identificação da necessidade potencial de habilidades, por parte do aluno
2. A identificação do uso que o indivíduo faz de suas habilidades nos contextos de sua vida real, e a identificação de seus interesses e objetivos, bem como das pessoas que lhe são significativas,
3. A identificação de suas necessidades de suporte e dos sistemas de suporte disponíveis.” (Maxwell & Collet- Klingenberg, 1988, pp. 157).
A avaliação ecológica, portanto, essencial para a elaboração do Plano Individualizado de Ensino, procura produzir o conhecimento mais amplo possível sobre cada aluno, sua história, seu contexto de existência, suas características, os determinantes que atuam sobre ele, suas necessidades e desejos, necessidades de suporte, bem como os sistemas de suporte disponíveis na comunidade em que vive.
Já a avaliação funcional profissional “é mais específica, focalizando as necessidades, habilidades, e interesses do indivíduo, à luz do contexto dos futuros ambientes de trabalho.. Este tipo de avaliação ajuda a determinar quer habilidades e competências o indivíduo apresenta, como estes são usados no trabalho e em ambientes relacionados ao trabalho, bem como que tipo e níveis de suportes são necessários e encontram-se disponíveis” (Maxwell & Collet- Klingenberg, 1988, pp. 157).
Assim, ainda segundo o mesmo autor (p. 7 e 8), faz-se essencial que a avaliação considere os seguintes aspectos:
• A interação entre o professor e os conteúdos de aprendizagem: ou seja, as práticas educativas, em sala de aula: este item supõe, fundamentalmente, a avaliação da qualidade da docência e a natureza da proposta curricular; em outras palavras, a programação da aula: o equilíbrio entre as diferentes capacidades e os diferentes tipos de conteúdo, a seqüenciação dos conteúdos, o método de ensino e os critérios de avaliação utilizados.
• A interação do professor com o aluno e com os demais alunos, em relação aos conteúdos de aprendizagem. Isto inclui prestar atenção à natureza da participação que se exige do alunado, bem como aos apoios que o professor lhes presta, e à relação pessoal / afetiva que se estabelece entre o aluno com necessidades educacionais especiais e seu grupo de colegas.
• A interação do aluno com seus companheiros seja individualmente, com alguns deles, seja com o grupo todo. Isto inclui conhecer o tipo e a qualidade da relação, tanto no campo mais lúdico e afetivo, como em relação com a aprendizagem. Em outras palavras, é identificar se existe ou não uma cultura de trabalho compartilhado.
• Os contextos de desenvolvimento: a escola e a família. No que se refere à escola, interessa tanto a dimensão institucional, como a sala, instância mais próxima da aula, enquanto cenário em que se dão as interações do aluno com os professores, os companheiros e os conteúdos da aprendizagem.
Em síntese
O processo de identificação das necessidades educacionais especiais dos alunos tem que contemplar tanto o próprio indivíduo, com seu aparato biológico de base e sua história pessoal de relação com o meio, como os diversos contextos de desenvolvimento do aluno, sobretudo no que se refere à relação que se estabelece entre eles.
Assim, tanto o indivíduo, como a família e a escola se constituem em focos de análise, na busca da identificação dos meios a serem utilizados para facilitar e favorecer o funcionamento dos alunos com necessidades educacionais especiais.
A Análise da Prática Docente em Sala de Aula
Outro elemento essencial de análise é o processo de ensino, propriamente dito, que tem como protagonista, o professor.
Como é que o professor se relaciona com os conteúdos que lhe cabe socializar? Que domínio do conhecimento ele tem?
Como é que o professor se relaciona com os alunos? Qual é o nível de conhecimento que ele tem sobre as peculiaridades e o processo do aprender de cada um deles?
Como é que o professor avalia a relação dos alunos com os conteúdos que ele está ensinando?
Como avalia a relação do aluno com ele próprio, professor, e com seus companheiros?
Como é que o professor se utiliza dessas informações? Ele as incorpora para promover ajustes no seu plano de ensino? Ele as ignora? Ou ainda, ele não dispõe do hábito de efetivar tais estudos e análises?
Todas estas informações, aliadas às referentes à instituição escolar e às peculiaridades dos alunos são essenciais para a elaboração de uma análise compreensiva da relação de ensino e aprendizagem, para a identificação das necessidades educacionais especiais presentes no alunado, e para a implementação dos ajustes pedagógicos e das adaptações curriculares que permitirão melhores condições de sucesso para a aprendizagem dos alunos.
Para que essa análise, entretanto, possa ser efetivada no cotidiano da sala de aula, há que se:
1. Definir os indicadores que devem ser investigados (como é que o professor facilita a aprendizagem dos
alunos). Sugere-se que se identifique:
• Se o planejamento da unidade didática é adequado
• Se o professor consegue levar a término as atividades que iniciou
• Como o professor explica os conteúdos
• Que método de ensino adota
• Se o professor desenvolve atividades para comprovar a compreensão dos conteúdos, através da explicação destes pelo próprio aluno
• Se, em conseqüência da atividade acima, o professor adota medidas de ajuste em sua prática de ensino
• De que naturezas são os ajustes que o professor proporciona ao aluno
• que tipo de participação o professor pede ao aluno durante a aula
• Se o professor utiliza ou não estratégias de aprendizagem
• Quais as atividades de avaliação o professor utiliza, e como usa a informação obtida junto com os alunos
• Como é a relação afetiva do professor com os alunos
2. Definir o método a ser utilizado para obter a informação mais relevante
• A observação direta e a análise qualitativa dos dados parecem ser os instrumentos mais valiosos para obter as informações pretendidas. Sugere-se, inclusive, que sejam desenvolvidos protocolos de observação, que podem ser compartilhados por mais de um professor, e sempre complementados para atender peculiaridades de alunos específicos.
3. Definir de que forma se deve dar a cooperação entre o professor da sala de aula, e o professor de apoio.
A cooperação entre o professor da sala de aula e o professor de apoio deve ser planejada em duas direções:
• Na elaboração dos protocolos de observação, que devem obedecer aos critérios de objetividade e de fidedignidade
• Na realização da observação direta, propriamente dita. Implementação de Apoios na Construção de uma Educação Profissional Inclusiva como em qualquer outra modalidade de ensino, a Educação Profissional, se pretender atender a todos, numa escola de qualidade, deverá se ajustar, em seus procedimentos, para ensinar individualizadamente.
Para tanto, cada aluno precisa ser profundamente conhecido, pelo professor, em seus interesses, competências, habilidades, nível de aprendizagem já alcançado, conhecimentos já apreendidos, conhecimentos em utilização funcional, conteúdos que opera com autonomia, conteúdos que opera com ajuda de terceiros, conteúdos que não opera sequer com ajuda, limitações diversas, suportes e apoios necessários para seu funcionamento, etc..
O ensino somente poderá ser eficaz, caso ele responda às características peculiares de aprendizagem de cada aluno.
Assim, faz-se essencial:
• Avaliar cada aluno, em particular,
• Identificar suas características funcionais no processo de ensino e de aprendizagem,
• Identificar suas necessidades específicas, identificando as necessidades especiais que apresenta,
• Identificar os suportes de que o aluno vai necessitar para poder funcionar em seu nível ótimo possível,
• Planejar a implementação desses suportes ao longo do tempo, implementando os suportes necessários, e,
• Avaliar os efeitos de suas ações no processo de aprendizagem, de desenvolvimento e de aumento das possibilidades de inserção do aluno no mundo social, em geral, e no mundo produtivo, em especial.
Parcerias com empresas e outras organizações ligadas ao mundo produtivo são importantes para favorecer ao aluno a experiência refletida e consciente sobre o que é a atividade humana, o papel e função social do trabalho, o papel e função do trabalho na constituição da subjetividade e da identidade do ser humano, a participação ativa e consciente na gestão do trabalho, enquanto atividade pessoal, e enquanto pilar fundamental de uma sociedade, já que é no âmbito político-econômico que se constroem as relações de trabalho e as relações que permeiam a vida na sociedade.
Objetivos de aprendizagem na Oficina Pedagógica
A partir da avaliação e da elaboração do Plano Individualizado de Aprendizagem, cada aluno terá um documento norteador para seu processo de aprendizagem, contendo as habilidades e as competências gerais e específicas a serem alcançadas, de forma a
atender suas necessidades e desejos, levando em consideração sua realidade de existência e o conjunto de suas necessidades especiais.
Cabe à escola buscar, junto às Escolas Federais, aos Sistemas, às Organizações não Governamentais, às Secretarias de Trabalho e Emprego, informações sobre o mundo ocupacional local, no que se refere à: demanda ocupacional, nível de exigência de qualificação profissional, dentre outras informações que deverão nortear todo o trabalho de ensino na Oficina Pedagógica.
Assim, ao final do programa vivenciado na Oficina Pedagógica, o aluno deverá, nas diferentes áreas em que se dá sua existência real e concreta, ser capaz de utilizar suas habilidades e competências, gerais e específicas, para a realização das tarefas a ele apresentadas, em qualquer situação do mundo ocupacional.
A seguir, apresentar-se-á uma relação ampla de competências e habilidades a serem trabalhadas no âmbito da Oficina Pedagógica.
1. Área Econômica
Estrutura Econômica
• Autonomia – tem condições econômicas para viver às custas de seu próprio trabalho, ou renda pessoal.
• Estabilidade – sua renda mensal é garantida, não estando sujeita a alterações inesperadas.
• Perspectiva – caracterização da possibilidade econômica do aluno, a longo prazo. Por ex. ele tem autonomia e estabilidade que lhe garantam auto-suficiência, ou provisão de recursos após o falecimento de seus pais, ou dos
responsáveis por ele?
2. Área Física
Perfil
• Tolerância – qual seu limiar de tolerância quanto ao tempo de permanência em uma determinada posição, quanto à carga a suportar, etc..?
• Postura – posiciona-se corretamente? Necessita feedback quanto à postura?
Necessidade de Adaptação
• Ambiente – necessita de mudanças nas características do ambiente, para acessar, utilizar e usufruir o espaço desejado?
• Maquinário – necessita que os equipamentos e materiais de um ambiente sejam adaptados para que o aluno deles possa se utilizar?
• Objetos – necessita de modificações nos objetos (colher, garfo, etc..) para que deles possa se utilizar?
Fonte de Pesquisa:
Hanley-Maxwell, C. & Collet-Klingenberg (1997). Curricular Choices Related to Work. Em Wehman, P. & Kregel, J. (Eds.) Functional Curriculum for Elementary, Middle, and Secondary Age Students with Special Needs. Texas: Pro-Ed.
Kuenzer, A. (1988). O trabalho como princípio educativo. São Paulo: Editora Cortez.
M.E.C. (2002). Programa de Educação Profissional. Plano de
Ação para 2002. Brasília: SEESP/SEMTEC.
Tomasini, M. E. A. (1993). Trabalho e deficiência mental: uma questão a ser repensada. IX Encontro dos profissionais que atuam na área da Educação para o trabalho. Florianópolis (SC): F.C.E.E.
sábado, 17 de setembro de 2011
Manual Informativo Sobre Inclusão
Manual Informativo Sobre Inclusão
Informativo Para Educadores
Autora: Marina S. Rodrigues Almeida
Caro leitor,
Este manual trata das questões e dúvidas de educadores e pessoas do cotidiano escolar, relativo à inclusão; suas expectativas para o atendimento do aluno portador de necessidades educacionais especiais.
A inclusão é uma proposta, um ideal. Se quisermos que nossa sociedade seja acessível, que dela todas as pessoas com deficiência possam participar em igualdade de oportunidades, é preciso fazer desse ideal uma realidade a cada dia.
A ação de cada um de nós, das instituições e dos órgãos, deve ser pensada e executada no sentido de divulgar os direitos, a legislação e implementar ações que garantam o acesso de todos.
Sabemos que mudar o contexto atual de uma hora para outra é impossível. Desejar uma sociedade acessível e se empenhar pela sua construção não pode significar o impedimento de acesso das pessoas com deficiência aos serviços atualmente oferecidos, pelo contrário, mantemos nosso olhar no ideal, mas os pés na realidade.
A inclusão é processo e envolve mudanças em TODOS nós, por isso é um trabalho longo e desafiador!
• O QUE É EDUCAÇÃO ESPECIAL?
Educação Especial é uma modalidade de ensino que visa promover o desenvolvimento das potencialidades de pessoas portadoras de necessidades especiais, condutas típicas ou altas habilidades, e que abrange os diferentes níveis e graus do sistema de ensino. Fundamenta-se em referenciais teóricos e práticos compatíveis com as necessidades especificas de seu alunado.
• QUEM É O PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS?
É o educando que apresenta, em caráter permanente ou temporário, algum tipo de deficiência física, sensorial, cognitiva, múltipla, condutas típicas ou altas habilidades, necessitando por isso, de recursos especializados para desenvolver plenamente seu potencial e/ou superar ou minimizar suas dificuldades.
• O QUE É A PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA?
É aquela que apresenta , em comparação com a maioria das pessoas, significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter permanente, que acarretam dificuldades em sua interação com o meio físico e social.
• O QUE SÃO CLASSES ESPECIAIS?
A Classe Especial é uma sala de aula preferencialmente distribuída na educação infantil e ensino fundamental, organizada de forma a se constituir em ambiente próprio e adequado ao processo ensino/aprendizagem do educando portador de necessidades educacionais especiais.
Na Classe Especial tentamos encontrar caminhos e meios facilitadores para a aprendizagem dos educandos com necessidades educacionais especiais, através de uma política de ação pedagógica, recursos educacionais mais individualizados e conta com o professor especializado.
• O QUE É SALA DE APOIO PEDAGÓGICO?
É uma modalidade de atendimento pedagógico, a ser desenvolvida no ensino regular, destinada a educandos com dificuldades de aprendizagem de 1as. e 2as. séries e que não sejam portadores de deficiência ou com problemas de conduta. Tem como finalidade facilitar a aprendizagem daqueles educandos que apresentam história de multirepetência e analfabetismo. Os serviços prestados nessas salas não devem ser confundidos com reforço escolar (repetição da prática educativa da sala de aula), nem com as atividades inerentes à orientação educacional, que estão mais voltados ao trabalho da escola como um todo.
Na Sala de Apoio Pedagógico, deverá ter o professor especializado. Seu papel será o de servir como mediador da aprendizagem, promovendo atendimento grupal ou individual utilizando recursos instrucionais de acordo com as necessidades de cada educando. Desenvolverá programas que favoreçam as funções cognitivas indispensáveis ao êxito acadêmico dos educandos com dificuldade de aprender.
• O QUE É A DECLARAÇÃO DE SALAMANCA?
Foi a Conferência Mundial de Educação Especial, representando 88 governos e 25 organizações internacionais em assembléia em Salamanca, Espanha, entre 7 e 10 de junho de 1994, com o compromisso para com a Educação para Todos, reconhecendo a necessidade e urgência de providenciar educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino.
• QUAIS OS DIREITOS DAS CRIANÇAS PORTADORAS DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS?
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
- toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem.
toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas.
- sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta à vasta diversidade de tais características e necessidades.
- aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades.
- escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras,construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos.
• QUAIS FORAM AS OBRIGAÇÕES E PRIORIDADES QUE OS GOVERNOS FIRMARAM PARA QUE SE EFETIVE A DECLARACAO DE SALAMANCA?
- prioridade política e financeira ao aprimoramento de seus sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluírem todas as crianças, independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais.
- adotem o princípio de educação inclusiva em forma de lei ou de política, matriculando todas as crianças em escolas regulares, a menos que existam fortes razões para agir de outra forma.
- desenvolvam projetos de demonstração e encorajem intercâmbios em países que possuam experiências de escolarização inclusiva.
- estabeleçam mecanismos de participações e que sejam descentralizados para planejamento, revisão e avaliação de provisão educacional para crianças e adultos com necessidades educacionais especiais.
- encorajem e facilitem a participação de pais, comunidades e organizações de pessoas portadoras de deficiências nos processos de planejamento e tomada de decisão concernentes à provisão de serviços para necessidades educacionais especiais.
- invistam maiores esforços em estratégias de identificação e intervenção precoces, bem como nos aspectos vocacionais da educação inclusiva.
- garantam que, no contexto de uma mudança sistêmica, programas de treinamento de professores, tanto em serviço como durante a formação, incluam a provisão de educação especial dentro das escolas inclusivas.
• O QUE É ESCOLA INCLUSIVA?
Na Escola Inclusiva o processo educativo deve ser entendido como um processo social, onde todas as crianças portadoras de necessidades especiais e de distúrbios de aprendizagem têm o direito à escolarização o mais próximo possível do normal. O alvo a ser alcançado é a integração da criança portadora de deficiência na comunidade.
Uma Escola Inclusiva deve ser uma escola líder em relação às demais. Ela se apresenta como a vanguarda do processo educacional.
O seu objetivo principal é fazer com que a escola atue através de todos os seus escalões para possibilitar a integração das crianças que dela fazem parte.
• COMO CONSEGUIR SABER MAIS SOBRE INCLUSÃO? E COMO CONSEGUIR MAIS IDÉIAS DESTA PRÁTICA EDUCACIONAL?
O primeiro passo é a socialização da informação, pesquisando textos, livros, sites reconhecidos, escrito por técnicos, pesquisadores e educadores sobre o assunto. O mais importante é verificar as experiências bem sucedidas, adapta-las e generaliza-las para nossa realidade educacional.
• COMO LIDAR COM A INSEGURANÇA E ANSIEDADE DOS PAIS, DOS EDUCANDOS E DOS EDUCADORES NA CLASSE ESPECIAL E NO SISTEMA DE INCLUSÃO?
Os sentimentos de insegurança e ansiedade têm origem no medo do desconhecido, geralmente o pensamento é preenchido por idéias, fantasias, expectativas frente à situação nova que deverá ser enfrentada, via de regra sentida como ameaçadora e perigosa.
Os pais, os educandos, os educadores e pessoas em geral costumam sentir isto em situações que requerem novas adaptações e modificações da forma de pensar sobre a questão ou fato.
Quanto mais seguro e calmo o educador estiver frente a qualquer que seja a situação, a ansiedade dos pais, do educando se dissolverá com facilidade. Para isso o educador deve se sentir respaldado, informado e sensível, evitando posturas radicais, imposições, descasos, resistências, etc. O modelo de comportamento do educador influenciará decisivamente o comportamento dos pais e dos educandos.
É sempre bom lembrar que cabe ao papel do educador ser o mediador da situação, nunca ser o ditador (achando que sabe o que é melhor para o educando) ou ser um juiz (julgando os comportamentos de forma moral, quer seja dos pais ou do educando).
O papel de mediador exige postura compreensiva, diálogo, flexibilidade e delicada firmeza.
Salientamos também que cabe aos pais procurarem informações e situações que acolham seus dúvidas e medos, permitindo uma aproximação saudável e equilibrada sobre a nova situação. Essa postura favorece sensivelmente o apoio ao filho e a acomodação benéfica para todos, evitando desgastes e conflitos.
• O QUE SÃO MODALIDADES DE ENSINO?
São alternativas de procedimentos didáticos específicos e adequados às necessidades educacionais do educando portador de necessidades educacionais especiais que implicam espaços físicos, recursos humanos e materiais diferenciados.
• QUAL A DIFERENÇA ENTRE INCLUSÃO E INTEGRAÇÃO?
Embora ambas constituam formas de inserção do portador de necessidades educacionais especiais, a prática da integração vem dos anos 60 e 70, e baseou-se no modelo médico/clinico da deficiência. Neste modelo os educandos portadores de necessidades educacionais especiais precisavam modificar-se (habilitar-se, reabilitar-se, educar-se) para tornarem-se aptos a satisfazerem os padrões aceitos no meio social, familiar, escolar, profissional, recreativo, ambiental.
A prática da inclusão vem da década de 80, porém consolidada nos anos 90, segue o modelo social da deficiência, segundo o qual a nossa tarefa consiste em modificar a sociedade (escolas, empresas, programas, serviços, ambientes físicos, etc) para torná-la capaz de acolher todas as pessoas que apresente alguma diversidade, portanto estamos falando de uma sociedade de direitos para todos.
• QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS RESISTÊNCIAS PARA A INCLUSÃO?
Tanto no âmbito escolar, profissional, familiar como em outros setores, as principais resistências têm como origem o preconceito, a falta de informação e intolerância a modelos mais flexíveis.
O medo do novo, do desconhecido nos educadores tem origem na formação acadêmica a qual não os habilitou para o trabalho com a diversidade, nem tão pouco o engenheiro que projetou um prédio sem rampas, e demais profissões que não preverão uma sociedade para todos.
Durante muito tempo a Educação Especial funcionou com um sistema paralelo e não como parte integrante do sistema geral de educação e ela mesmo foi criando um mito de que é muito difícil trabalhar com o educando portador de necessidades educacionais especiais. Sabemos que não é fácil, mas não exige nenhuma “hiper estrutura” nem nenhum “super educador”.
• O QUE PRECISAMOS FAZER PARA ESTE QUADRO SER MODIFICADO?
Através de ações de sensibilização da sociedade, convivência na diversidade humana, dentro das escolas, das empresas e dentro de políticas públicas são os eixos fundamentais para alicerçar o processo da inclusão.
O mais importante é socializar as informações sobre os modelos de inclusão para que as teorias se aproximem revelando verdadeiramente a realidade.
• COMO DERRUBAR OS PRECONCEITOS DA INCLUSÃO?
Os preconceitos em relação à inclusão poderão ser eliminados ou, pelo menos, reduzidos por meio das ações de sensibilização da sociedade e, em seguida mediante a convivência na diversidade humana dentro das escolas inclusivas, das empresas inclusivas, dos programas de lazer inclusivo. Resultados já existem que comprovem a eficácia da educação inclusiva em melhorar os seguintes aspectos: comportamento da escola, no lar e na comunidade; resultados educacionais senso de cidadania, respeito mútuo, valorização das diferenças individuais e aceitação das contribuições pequenas e grandes de todas as pessoas envolvidas no processo de ensino-aprendizagem, dentro e fora das escolas inclusivas.
• QUAIS AS VANTAGENS DA INCLUSÃO PARA UM EDUCANDO SEM DEFICIÊNCIA ESTUDAR JUNTO COM UMA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA?
O desenvolvimento da consciência de cidadania não pode restringir-se à questão de direitos e deveres das pessoas em geral, mas deve abranger as questões referentes aos grupos excluídos ou rejeitados pela sociedade. A escola, enquanto agente que educa crianças, jovens, adultos e idosos, precisa oferecer oportunidades para este tipo mais abrangente de formação de cidadãos. Mais do que isso, a escola precisa oferecer oportunidades de desenvolvimento de comportamento e atitudes baseados na diversidade humana e nas diferenças individuais dos seus alunos.
Quando os educandos dos mais diferentes estilos estudam juntos, podem se beneficiar com os estímulos e modelos comportamentais uns com os outros. O ser humano necessita passar por esse tipo de experiência para se desenvolver integralmente.
A convivência na diversidade humana pode enriquecer nossa existência desenvolvendo, em variados graus, os diversos tipos de inteligência que cada um de nós possui. O fato de cada pessoa interagir com tantas outras pessoas, todas diferentes entre si em termos de atributos pessoais, necessidades, potencialidades, habilidades, etc. é a base do desenvolvimento de todos para uma vida mais saudável, rica e feliz.
• O CONHECIDO “Q.I” – QUOCIENTE INTELECTUAL NÃO É MAIS SUFICIENTE PARA INDICAR ALGUÉM COM MAIS OU MENOS HABILIDADES INTELECTUAIS. POR QUE?
O conceito de “Q.I” – quociente de inteligência partia do pressuposto de que o ser humano possuía dois tipos de inteligência a lógica e a verbal. Mas a partir de outras descobertas constataram que o ser humano possui várias habilidades cognitivas(teoria das inteligências múltiplas - Howard Gardner): inteligência interpessoal, inteligência intrapessoal , inteligência lógica-matemática, inteligência espacial, inteligência corporal-cinestésica, inteligência verbal-linguística, inteligência musical, naturalista, pictórica e existencial.
Consideramos o termo “inteligência emocional” (teoria da inteligência emocional – Daniel Goleman) como sendo as habilidades humanas essenciais como: empatia, sociabilidade, cooperação, autocontrole, capacidade de lidar com os afetos, e outras. Estão ligadas a inteligência intrapessoal e interpessoal. A importância da inteligência emocional para nossa vida está no fato de que as emoções estão diretamente ligadas nas habilidades cognitivas, podendo interferir de forma negativa ou positiva, estimulando ou inibindo os tipos de inteligência.
• COMO ESTÁ A SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL?
No país inteiro vem acontecendo uma série de discussões a respeito do que seria a Inclusão e o Sistema de Ensino tentando se adaptar a essa nova realidade.
A educação inclusiva embora tenha sido bandeira da educação especial, não implica somente em incluir o portador deficiência no sistema regular de ensino. Diz respeito a um sistema educacional que dê respostas educacionais com qualidade ao conjunto das pessoas.
• OS EDUCADORES ESTÃO PREPARADOS PARA RECEBER ALUNOS DE INCLUSÃO?
A inclusão é processo e portanto, precisa de tempo, de ações contínuas sendo realizada a longo prazo.
A preparação e capacitação dos educadores deverá ser através de ações de políticas públicas, políticas educacionais, organizações de grupos de pessoas, ser de responsabilidade de cada cidadão. Procurar ir se atualizando, aproximando-se desta realidade que é um fato mundial, visto que não será só na escola que isto está acontecendo como se fosse algo à parte, precisamos mudar este olhar ingênuo. Precisamos modificar nossos valores para incluir esses seres humanos, na nossa vida social, no nosso cotidiano.
• É POSSIVEL HAVER INCLUSÃO EM CLASSES NUMEROSAS? COMO O EDUCADOR TERÁ QUE LIDAR COM ISTO?
Infelizmente as classes numerosas no sistema educacionais públicos são um fato. Sem dúvida as classes preferencialmente com menor número de alunos contribuem para facilitar a inclusão. O que mais interfere na ação pedagógica do educador é a sensação de desamparo/despreparo não ter recursos suficientes para acolher o educando com necessidades educacionais especiais, sendo que em muitos casos já vinha se sentindo impotente para atender seus educandos regulares.
1 . EXISTE NA INCLUSÃO UM MATERIAL PEDAGÓGICO ESPECÍFICO PARA ATENDER OS EDUCANDOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS?
O material específico para alunos inclusos é voltado mais para os portadores de deficiência visual, onde a partir deste ano receberão atendimento através de sala de recursos. As vezes algumas deficiências, requerem procedimentos pedagógicos diferenciados, e os professores precisarão de apoio técnico e ajuda, na medida que forem aparecendo as dificuldades.
• COMO OS EDUCADORES PODEM “CATIVAR” OS PAIS A COMPARECEREM NAS REUNIÕES DE PAIS E MESTRES?
A assiduidade dos pais as Reuniões dos seus filhos está ligada ao interesse para com o desenvolvimento educacional das crianças bem com a receptividade do professor em conquistá-los. Por motivos diversos, como por exemplo, o trabalho, ou o fato do filho ir bem ou mal, muitos pais não comparecem as reuniões, sendo uma forma de alimentarem e justificarem sua ausência. O educador sempre que tiver oportunidade deve procurar conversar com estes pais ressaltando os aspectos positivos destes encontros. As Reuniões de Pais e Mestres são momentos aonde deverão ser explorados assuntos de interesse geral, algum tema que os pais gostariam de saber: sexualidade, atualidade, televisão, etc...O professor deve ter uma postura de valorização dos pais e do trabalho em conjunto.
É útil transformar as reuniões em um lugar mais aconchegante e informal, organizando a reunião com chá, café e bolachas, refrigerantes ou sucos, com pautas mais criativas e animadas, como por exemplo: dinâmica de grupo, jogos, pequena palestra, trocas de receitas,etc...
• POR QUE OS EDUCADORES ESTÃO TRABALHANDO COM PROPOSTAS DE PROJETOS PEDAGÓGICOS?
A proposta de Projetos Pedagógicos não é nova, vem dos modelos de Decroly Dewey, Carl Rogers, outros pesquisadores e psicólogos educacionais (ex.:centros de interesses, salas ambientes, técnicas diretivas de aprendizagem, etc...). baseando-se no interesse do aluno. O trabalho com projetos favorece motivação, permite a facilidade em subdividir a classe em grupos, mudar de estratégia usando um tema central.
• OS DEMAIS ELEMENTOS DA ESCOLA COMO: CORPO ADMINSTRATIVO, FUNCIONÁRIOS DA SECRETARIA, SERVENTES, COZINHEIRA, PORTEIRO, TAMBÉM DEVEM SER PREPARADOS PARA A INCLUSÃO? POR QUE?
Sim. O aluno incluso faz parte da escola como os demais, desta forma deverá ser recebido com carinho, informação de todos os elementos que compõem a unidade escolar, dissolvendo os medos, as resistências e os preconceitos.
• O EDUCADOR DA CLASSE REGULAR QUE RECEBE UM EDUCANDO PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS DEVE PREPARAR OS DEMAIS EDUCANDOS PARA A INCLUSÃO?
Seguiremos o mesmo procedimento de quando vamos receber alguém em nossa casa: avisamos dos hábitos, da rotina, de oferecer ajuda para que a pessoa sinta-se bem, etc... Portanto a classe deverá ser informada de maneira a discutirem o assunto. As crianças em geral não possuem preconceitos pré-estabelecidos ou rígidos. Caso o aluno incluso use cadeiras de rodas, bengala, ou algum outro tipo de apoio, permita que os alunos “experimentem”, questionem, isto facilitará o processo de aproximação tanto do aluno incluso que também vai temeroso como do grupo classe que está “curioso” e cheio de expectativas.
Lembrar sempre que o aluno incluso aprenderá como todos, mas precisará as vezes de adaptações e ajuda dos demais.
• O EDUCANDO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS PARA SER INCLUIDO NO SISTEMA REGULAR PRECISA SER AVALIADO POR QUEM ? PELO EDUCADOR? PSICÓLOGO? MÉDICO?
É uma questão que envolve todos as pessoas que atende o aluno. Começando pelo próprio aluno, pais, e demais profissionais envolvidos. É um trabalho de equipe. Quando não for possível é importante que o professor de Educação Especial elo professor do ensino regular se conheçam, troquem idéias, relatórios, experiências, em relação do porque da inclusão, como está o aluno, os benefícios, riscos,... Os pais são elementos que deverão estar participando disto tudo e precisam de apoio, informações claras para assumirem a opção.
• OS EDUCANDOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS DEVEM FREQUENTAR OUTROS ATENDIMENTOS ALÉM DA ESCOLA?
Depende. Cada caso é um caso, precisamos avaliar a real necessidade de outros tipos de atendimentos para possíveis encaminhamentos como: psicológico, fonoaudiológico, neurológico, terapia ocupacional, etc...
• NO SISTEMA DE INCLUSÃO OS EDUCANDOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NÃO ESTARÃO MAIS SUJEITOS À PRECONCEITOS E DISCRIMINAÇÕES?
Não. Se o ambiente de inclusão escolar respeitar as diferenças e as pessoas envolvidas estiverem informadas o preconceito se dissolve. Do contrário encontraremos muitas dificuldades, e esta inclusão pode ser mal sucedida.
• OS PAIS RECEBERÃO INFORMAÇÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO SEU FILHO/ SUA FILHA NA INCLUSÃO DA SALA REGULAR?TERÃO ALGUM TIPO DE ATENDIMENTO?
As informações deverão seguir do mesmo jeito, através das Reuniões de Pais e Mestres , através do professor apoiado com o professor de Educação Especial, quando for possível. Se os pais estão muito inseguros, deverão receber apoio de orientação, ou participarem de grupos de pais..
• O QUE FAZER QUANDO OS PAIS NÃO ACEITAM A INCLUSÃO DO FILHO/ FILHA EM CLASSE REGULAR?
A Inclusão é um processo relativamente novo, e que ainda causa muitos medos e resistências entre os pais, educadores e educandos. A família que apresenta extrema resistência, acreditamos que devemos respeitar sua opção.
Cabe a nós orientá-los levantando os aspectos positivos e negativos da inclusão, permitindo que os pais se responsabilizem pelo processo. A Inclusão nunca poderá ser de maneira impositiva porque cairíamos nos modelos de tirania desrespeitando o momento de cada um. Salvo exceções aonde observamos prejuízos na criança ou adolescente poderemos nos fundamentar segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente que a situação que os pais escolherem não é adequada ou trás prejuízos para o educando.
• O QUE FAZER QUANDO OS PAIS NÃO ACEITAM A CLASSE ESPECIAL PARA O FILHO/A FILHA COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS?
Segundo a legislação vigente, prevê que é facultativo (opcional) os pais matricularem seus filhos portadores de necessidades educacionais especiais em Educação Especial. O ingresso no Ensino Especial deverá ser discutido com os pais e com a criança, na oportunidade deverão ser informados e esclarecidos da real necessidade desta modalidade educacional.
• O EDUCADOR QUE RECEBERÁ PARA INCLUSÃO MEU FILHO/MINHA FILHA NO ENSINO REGULAR É ESPECIALIZADO? SERÁ SUPERVISIONADO? FEZ ALGUM CURSO?
Há necessidade do professor de ensino regular receber orientação e capacitação continua, do contrário não lograremos sucesso, pelo contrário, geraremos, sofrimento, humilhação, falta de compreensão, impotência, rejeições, fortalecimento de preconceitos,etc....
• O EDUCANDO QUE SAI DA CLASSE ESPECIAL ESTÁ PREPARADO PARA A INCLUSÃO NA CLASSE REGULAR E SE DEPARAR COM CONTEÚDOS DE SEXO, DROGAS, VIOLÊNCIA, ETC...?
Depende de cada caso, de que informações a criança ou adolescente com necessidades educacionais recebeu em casa, dos pais, na escola, em sua vida social, no contato com os meios de comunicação (televisão, rádio, revistas, jornais, internet, etc). Compreendemos que em geral as pessoas apresentem resistências para falarem sobre estes temas que fazem parte do nosso cotidiano, portanto não é pertinente de uma modalidade de ensino ou outra, é uma questão de consciência de mundo que deverá ser encarada como qualquer outro conteúdo que faça parte da vida. A maneira e a forma de comunicação utilizada para esclarecer estes temas será o diferencial.
• NO CASO DO EDUCANDO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS FOR INCLUSO NA CLASSE REGULAR E NÃO SE ADAPTAR PODERÁ VOLTAR PARA CLASSE ESPECIAL?
Não. Portanto é imprescindível um período de adaptação, do educando incluso em classe regular, só então se efetivará definitivamente sua matricula definitiva.
• COMO O EDUCADOR DEVE FAZER SEU PLANEJAMENTO QUANDO RECEBE EDUCANDOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS?
A proposta educacional atual indica que o professor não é mais um “transmissor do conhecimento”, mas sim “construtor”. Sendo assim, seu planejamento deverá respeitar e se adequar a individualidade dos seus alunos, modificando algumas atividades e estratégias de ensino. Para isso precisa de apoio, tempo destinado a isto, capacitação, desejo de mudança.
• COMO OS PAIS PODEM AJUDAR O FILHO/A FILHA NO PROCESSO DE INCLUSÃO NA ESCOLA? NO COTIDIANO? É POSSÍVEL PREPARÁ-LOS PARA ESTA NOVA SITUAÇÃO?
Conversando e tirando dúvidas com a professora, lendo a respeito, conversando com filho/filha. Na medida que os pais se sentem mais seguros e conscientes do processo tudo transcorrerá com mais facilidade.
• COMO OS EDUCANDOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS SERÃO AVALIADOS NAS CLASSES REGULARES?
Da mesma forma que os demais alunos, mas as estratégias de avaliação, os critérios deverão ser adequados. Do contrário retornaremos a outra forma de exclusão, fracasso escolar e inadequação.
• O QUE É TERMINALIDADE PARA OS EDUCANDOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS?
A terminalidade específica para aqueles educandos com necessidades educacionais especiais, que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para superdotados, prevista na L.D.B. 9394/96 no Art.
O art. 59, inciso IV, da Lei Federal nº 9.394/96, e o art. 28, do Decreto nº 3.298/99, asseguram o acesso à educação especial para o trabalho, tanto em instituição pública quanto privada, que lhe proporcione efetiva integração na vida em sociedade. Nesse caso, as instituições são obrigadas a oferecer cursos de formação profissional de nível básico, condicionando a matrícula do portador de deficiência à sua capacidade de aproveitamento e não ao seu nível de escolaridade. Ainda deverão oferecer serviços de apoio especializado para atender às peculiaridades da pessoa portadora de deficiência, como adaptação de material pedagógico, equipamento e currículo; capacitação de professores, instrutores e profissionais especializados; adequação dos recursos físicos, como eliminação de barreiras ambientais.
No âmbito estadual, há a Lei nº 11.944/95, que estabelece critérios para a implantação de centros profissionalizantes previstos no art. 224 da Constituição Estadual. Em seu art. 1º, determina que os centros profissionalizantes para treinamento, habilitação e reabilitação profissional do portador de deficiência e do acidentado no trabalho, previstos no art. 224, IV, da Constituição do Estado, deverão ser instituídos de acordo com as demandas regionais e locais e desenvolverão: programas de estágio ou outra forma de treinamento remunerado para os portadores de deficiência e para os acidentados no trabalho em processo de aprendizagem; inserção de seus formandos no mercado de trabalho; acompanhamento de seus egressos durante o período de adaptação profissional.
Cabe a cada município, desenvolver projetos e atendimentos para a profissionalização dos educandos com necessidades educacionais especiais que venham de encontro a sua demanda: orientação vocacional, atividades que promovam uma independência, locomoção, atividades laborativas ocupacionais, e outras.
O Paradigma da Inclusão no sistema social e educativo, exige a criação dos serviços na área da Psicologia Social: a orientação vocacional e o atendimento a família. Estas modalidades de atendimento poderão contribuir decisivamente para a concretização da igualdade de oportunidades, para a promoção do sucesso educativo e para a aproximação entre a família, a escola e o mundo de atividades profissionais, melhorando a rede de relações recíprocas indispensáveis ao desenvolvimento pessoal, interpessoal e comunitário no contexto nacional.
• REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Powell, Thomas H. Irmãos Especiais: Técnicas de Orientação e Apoio para Relacionamento com o Deficiênte. São Paulo: Ed. Maltese-Norma, 1992.
Sassaki, Romeu. K. Entrevista realizada pela Secretaria de Educação Especial, do Ministério da Educação e do Desporto. Brasília: In Revista Integração no. 20, ano 8, pp.8-10, 1998.
Assupção Junior, Francisco B e Sprovieri , Maria H. Deficiência Mental, família e sexualidade. São Paulo: Ed. Memnom, 1993.
Pessanha, Antonio L. S. Além do Divã: Um Psicanalista Conversa sobre o Cotidiano. São Paulo: Ed. Casa do Psicólogo, 2001.
Annais do 3o. Encontro sobre Inclusão – Ensino e Trabalho de Qualidade de Ensino para Todos. São Paulo: Promovido pelo Grupo 25, agosto,2001.
Revista Pedagógica Pátio Ano V No. 20, fevereiro/abril. Porto Alegre: Ed. Artemed, 2002.
Marina S. Rodrigues Almeida
CRP 06/41029-6
marina@iron.com.br
Psicóloga Clínica e Educacional, Pedagoga em Educação Especial e Pós-graduada em Psicopedagogia. Foi fundadora e organizadora do Projeto NUMAPS – Núcleo Municipal de Atendimento Psicopedagógico- atendimento aos alunos da Rede Municipal com dificuldades de aprendizagem de 5 a 14 anos. Trabalha há 18 anos no atendimento de portadores de necessidades especiais (def. mentais e auditivos) e fez parte do Projeto “Escola-Inclusiva” em São Vicente. Trabalha em consultório particular atendendo: adolescentes, adultos, casais, orientação de pais, supervisão e grupos de estudos em psicanálise para psicólogos e psicopedagogos.
Informativo Para Educadores
Autora: Marina S. Rodrigues Almeida
Caro leitor,
Este manual trata das questões e dúvidas de educadores e pessoas do cotidiano escolar, relativo à inclusão; suas expectativas para o atendimento do aluno portador de necessidades educacionais especiais.
A inclusão é uma proposta, um ideal. Se quisermos que nossa sociedade seja acessível, que dela todas as pessoas com deficiência possam participar em igualdade de oportunidades, é preciso fazer desse ideal uma realidade a cada dia.
A ação de cada um de nós, das instituições e dos órgãos, deve ser pensada e executada no sentido de divulgar os direitos, a legislação e implementar ações que garantam o acesso de todos.
Sabemos que mudar o contexto atual de uma hora para outra é impossível. Desejar uma sociedade acessível e se empenhar pela sua construção não pode significar o impedimento de acesso das pessoas com deficiência aos serviços atualmente oferecidos, pelo contrário, mantemos nosso olhar no ideal, mas os pés na realidade.
A inclusão é processo e envolve mudanças em TODOS nós, por isso é um trabalho longo e desafiador!
• O QUE É EDUCAÇÃO ESPECIAL?
Educação Especial é uma modalidade de ensino que visa promover o desenvolvimento das potencialidades de pessoas portadoras de necessidades especiais, condutas típicas ou altas habilidades, e que abrange os diferentes níveis e graus do sistema de ensino. Fundamenta-se em referenciais teóricos e práticos compatíveis com as necessidades especificas de seu alunado.
• QUEM É O PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS?
É o educando que apresenta, em caráter permanente ou temporário, algum tipo de deficiência física, sensorial, cognitiva, múltipla, condutas típicas ou altas habilidades, necessitando por isso, de recursos especializados para desenvolver plenamente seu potencial e/ou superar ou minimizar suas dificuldades.
• O QUE É A PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA?
É aquela que apresenta , em comparação com a maioria das pessoas, significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter permanente, que acarretam dificuldades em sua interação com o meio físico e social.
• O QUE SÃO CLASSES ESPECIAIS?
A Classe Especial é uma sala de aula preferencialmente distribuída na educação infantil e ensino fundamental, organizada de forma a se constituir em ambiente próprio e adequado ao processo ensino/aprendizagem do educando portador de necessidades educacionais especiais.
Na Classe Especial tentamos encontrar caminhos e meios facilitadores para a aprendizagem dos educandos com necessidades educacionais especiais, através de uma política de ação pedagógica, recursos educacionais mais individualizados e conta com o professor especializado.
• O QUE É SALA DE APOIO PEDAGÓGICO?
É uma modalidade de atendimento pedagógico, a ser desenvolvida no ensino regular, destinada a educandos com dificuldades de aprendizagem de 1as. e 2as. séries e que não sejam portadores de deficiência ou com problemas de conduta. Tem como finalidade facilitar a aprendizagem daqueles educandos que apresentam história de multirepetência e analfabetismo. Os serviços prestados nessas salas não devem ser confundidos com reforço escolar (repetição da prática educativa da sala de aula), nem com as atividades inerentes à orientação educacional, que estão mais voltados ao trabalho da escola como um todo.
Na Sala de Apoio Pedagógico, deverá ter o professor especializado. Seu papel será o de servir como mediador da aprendizagem, promovendo atendimento grupal ou individual utilizando recursos instrucionais de acordo com as necessidades de cada educando. Desenvolverá programas que favoreçam as funções cognitivas indispensáveis ao êxito acadêmico dos educandos com dificuldade de aprender.
• O QUE É A DECLARAÇÃO DE SALAMANCA?
Foi a Conferência Mundial de Educação Especial, representando 88 governos e 25 organizações internacionais em assembléia em Salamanca, Espanha, entre 7 e 10 de junho de 1994, com o compromisso para com a Educação para Todos, reconhecendo a necessidade e urgência de providenciar educação para as crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino.
• QUAIS OS DIREITOS DAS CRIANÇAS PORTADORAS DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS?
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
- toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem.
toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas.
- sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta à vasta diversidade de tais características e necessidades.
- aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades.
- escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras,construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos.
• QUAIS FORAM AS OBRIGAÇÕES E PRIORIDADES QUE OS GOVERNOS FIRMARAM PARA QUE SE EFETIVE A DECLARACAO DE SALAMANCA?
- prioridade política e financeira ao aprimoramento de seus sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluírem todas as crianças, independentemente de suas diferenças ou dificuldades individuais.
- adotem o princípio de educação inclusiva em forma de lei ou de política, matriculando todas as crianças em escolas regulares, a menos que existam fortes razões para agir de outra forma.
- desenvolvam projetos de demonstração e encorajem intercâmbios em países que possuam experiências de escolarização inclusiva.
- estabeleçam mecanismos de participações e que sejam descentralizados para planejamento, revisão e avaliação de provisão educacional para crianças e adultos com necessidades educacionais especiais.
- encorajem e facilitem a participação de pais, comunidades e organizações de pessoas portadoras de deficiências nos processos de planejamento e tomada de decisão concernentes à provisão de serviços para necessidades educacionais especiais.
- invistam maiores esforços em estratégias de identificação e intervenção precoces, bem como nos aspectos vocacionais da educação inclusiva.
- garantam que, no contexto de uma mudança sistêmica, programas de treinamento de professores, tanto em serviço como durante a formação, incluam a provisão de educação especial dentro das escolas inclusivas.
• O QUE É ESCOLA INCLUSIVA?
Na Escola Inclusiva o processo educativo deve ser entendido como um processo social, onde todas as crianças portadoras de necessidades especiais e de distúrbios de aprendizagem têm o direito à escolarização o mais próximo possível do normal. O alvo a ser alcançado é a integração da criança portadora de deficiência na comunidade.
Uma Escola Inclusiva deve ser uma escola líder em relação às demais. Ela se apresenta como a vanguarda do processo educacional.
O seu objetivo principal é fazer com que a escola atue através de todos os seus escalões para possibilitar a integração das crianças que dela fazem parte.
• COMO CONSEGUIR SABER MAIS SOBRE INCLUSÃO? E COMO CONSEGUIR MAIS IDÉIAS DESTA PRÁTICA EDUCACIONAL?
O primeiro passo é a socialização da informação, pesquisando textos, livros, sites reconhecidos, escrito por técnicos, pesquisadores e educadores sobre o assunto. O mais importante é verificar as experiências bem sucedidas, adapta-las e generaliza-las para nossa realidade educacional.
• COMO LIDAR COM A INSEGURANÇA E ANSIEDADE DOS PAIS, DOS EDUCANDOS E DOS EDUCADORES NA CLASSE ESPECIAL E NO SISTEMA DE INCLUSÃO?
Os sentimentos de insegurança e ansiedade têm origem no medo do desconhecido, geralmente o pensamento é preenchido por idéias, fantasias, expectativas frente à situação nova que deverá ser enfrentada, via de regra sentida como ameaçadora e perigosa.
Os pais, os educandos, os educadores e pessoas em geral costumam sentir isto em situações que requerem novas adaptações e modificações da forma de pensar sobre a questão ou fato.
Quanto mais seguro e calmo o educador estiver frente a qualquer que seja a situação, a ansiedade dos pais, do educando se dissolverá com facilidade. Para isso o educador deve se sentir respaldado, informado e sensível, evitando posturas radicais, imposições, descasos, resistências, etc. O modelo de comportamento do educador influenciará decisivamente o comportamento dos pais e dos educandos.
É sempre bom lembrar que cabe ao papel do educador ser o mediador da situação, nunca ser o ditador (achando que sabe o que é melhor para o educando) ou ser um juiz (julgando os comportamentos de forma moral, quer seja dos pais ou do educando).
O papel de mediador exige postura compreensiva, diálogo, flexibilidade e delicada firmeza.
Salientamos também que cabe aos pais procurarem informações e situações que acolham seus dúvidas e medos, permitindo uma aproximação saudável e equilibrada sobre a nova situação. Essa postura favorece sensivelmente o apoio ao filho e a acomodação benéfica para todos, evitando desgastes e conflitos.
• O QUE SÃO MODALIDADES DE ENSINO?
São alternativas de procedimentos didáticos específicos e adequados às necessidades educacionais do educando portador de necessidades educacionais especiais que implicam espaços físicos, recursos humanos e materiais diferenciados.
• QUAL A DIFERENÇA ENTRE INCLUSÃO E INTEGRAÇÃO?
Embora ambas constituam formas de inserção do portador de necessidades educacionais especiais, a prática da integração vem dos anos 60 e 70, e baseou-se no modelo médico/clinico da deficiência. Neste modelo os educandos portadores de necessidades educacionais especiais precisavam modificar-se (habilitar-se, reabilitar-se, educar-se) para tornarem-se aptos a satisfazerem os padrões aceitos no meio social, familiar, escolar, profissional, recreativo, ambiental.
A prática da inclusão vem da década de 80, porém consolidada nos anos 90, segue o modelo social da deficiência, segundo o qual a nossa tarefa consiste em modificar a sociedade (escolas, empresas, programas, serviços, ambientes físicos, etc) para torná-la capaz de acolher todas as pessoas que apresente alguma diversidade, portanto estamos falando de uma sociedade de direitos para todos.
• QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS RESISTÊNCIAS PARA A INCLUSÃO?
Tanto no âmbito escolar, profissional, familiar como em outros setores, as principais resistências têm como origem o preconceito, a falta de informação e intolerância a modelos mais flexíveis.
O medo do novo, do desconhecido nos educadores tem origem na formação acadêmica a qual não os habilitou para o trabalho com a diversidade, nem tão pouco o engenheiro que projetou um prédio sem rampas, e demais profissões que não preverão uma sociedade para todos.
Durante muito tempo a Educação Especial funcionou com um sistema paralelo e não como parte integrante do sistema geral de educação e ela mesmo foi criando um mito de que é muito difícil trabalhar com o educando portador de necessidades educacionais especiais. Sabemos que não é fácil, mas não exige nenhuma “hiper estrutura” nem nenhum “super educador”.
• O QUE PRECISAMOS FAZER PARA ESTE QUADRO SER MODIFICADO?
Através de ações de sensibilização da sociedade, convivência na diversidade humana, dentro das escolas, das empresas e dentro de políticas públicas são os eixos fundamentais para alicerçar o processo da inclusão.
O mais importante é socializar as informações sobre os modelos de inclusão para que as teorias se aproximem revelando verdadeiramente a realidade.
• COMO DERRUBAR OS PRECONCEITOS DA INCLUSÃO?
Os preconceitos em relação à inclusão poderão ser eliminados ou, pelo menos, reduzidos por meio das ações de sensibilização da sociedade e, em seguida mediante a convivência na diversidade humana dentro das escolas inclusivas, das empresas inclusivas, dos programas de lazer inclusivo. Resultados já existem que comprovem a eficácia da educação inclusiva em melhorar os seguintes aspectos: comportamento da escola, no lar e na comunidade; resultados educacionais senso de cidadania, respeito mútuo, valorização das diferenças individuais e aceitação das contribuições pequenas e grandes de todas as pessoas envolvidas no processo de ensino-aprendizagem, dentro e fora das escolas inclusivas.
• QUAIS AS VANTAGENS DA INCLUSÃO PARA UM EDUCANDO SEM DEFICIÊNCIA ESTUDAR JUNTO COM UMA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA?
O desenvolvimento da consciência de cidadania não pode restringir-se à questão de direitos e deveres das pessoas em geral, mas deve abranger as questões referentes aos grupos excluídos ou rejeitados pela sociedade. A escola, enquanto agente que educa crianças, jovens, adultos e idosos, precisa oferecer oportunidades para este tipo mais abrangente de formação de cidadãos. Mais do que isso, a escola precisa oferecer oportunidades de desenvolvimento de comportamento e atitudes baseados na diversidade humana e nas diferenças individuais dos seus alunos.
Quando os educandos dos mais diferentes estilos estudam juntos, podem se beneficiar com os estímulos e modelos comportamentais uns com os outros. O ser humano necessita passar por esse tipo de experiência para se desenvolver integralmente.
A convivência na diversidade humana pode enriquecer nossa existência desenvolvendo, em variados graus, os diversos tipos de inteligência que cada um de nós possui. O fato de cada pessoa interagir com tantas outras pessoas, todas diferentes entre si em termos de atributos pessoais, necessidades, potencialidades, habilidades, etc. é a base do desenvolvimento de todos para uma vida mais saudável, rica e feliz.
• O CONHECIDO “Q.I” – QUOCIENTE INTELECTUAL NÃO É MAIS SUFICIENTE PARA INDICAR ALGUÉM COM MAIS OU MENOS HABILIDADES INTELECTUAIS. POR QUE?
O conceito de “Q.I” – quociente de inteligência partia do pressuposto de que o ser humano possuía dois tipos de inteligência a lógica e a verbal. Mas a partir de outras descobertas constataram que o ser humano possui várias habilidades cognitivas(teoria das inteligências múltiplas - Howard Gardner): inteligência interpessoal, inteligência intrapessoal , inteligência lógica-matemática, inteligência espacial, inteligência corporal-cinestésica, inteligência verbal-linguística, inteligência musical, naturalista, pictórica e existencial.
Consideramos o termo “inteligência emocional” (teoria da inteligência emocional – Daniel Goleman) como sendo as habilidades humanas essenciais como: empatia, sociabilidade, cooperação, autocontrole, capacidade de lidar com os afetos, e outras. Estão ligadas a inteligência intrapessoal e interpessoal. A importância da inteligência emocional para nossa vida está no fato de que as emoções estão diretamente ligadas nas habilidades cognitivas, podendo interferir de forma negativa ou positiva, estimulando ou inibindo os tipos de inteligência.
• COMO ESTÁ A SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL?
No país inteiro vem acontecendo uma série de discussões a respeito do que seria a Inclusão e o Sistema de Ensino tentando se adaptar a essa nova realidade.
A educação inclusiva embora tenha sido bandeira da educação especial, não implica somente em incluir o portador deficiência no sistema regular de ensino. Diz respeito a um sistema educacional que dê respostas educacionais com qualidade ao conjunto das pessoas.
• OS EDUCADORES ESTÃO PREPARADOS PARA RECEBER ALUNOS DE INCLUSÃO?
A inclusão é processo e portanto, precisa de tempo, de ações contínuas sendo realizada a longo prazo.
A preparação e capacitação dos educadores deverá ser através de ações de políticas públicas, políticas educacionais, organizações de grupos de pessoas, ser de responsabilidade de cada cidadão. Procurar ir se atualizando, aproximando-se desta realidade que é um fato mundial, visto que não será só na escola que isto está acontecendo como se fosse algo à parte, precisamos mudar este olhar ingênuo. Precisamos modificar nossos valores para incluir esses seres humanos, na nossa vida social, no nosso cotidiano.
• É POSSIVEL HAVER INCLUSÃO EM CLASSES NUMEROSAS? COMO O EDUCADOR TERÁ QUE LIDAR COM ISTO?
Infelizmente as classes numerosas no sistema educacionais públicos são um fato. Sem dúvida as classes preferencialmente com menor número de alunos contribuem para facilitar a inclusão. O que mais interfere na ação pedagógica do educador é a sensação de desamparo/despreparo não ter recursos suficientes para acolher o educando com necessidades educacionais especiais, sendo que em muitos casos já vinha se sentindo impotente para atender seus educandos regulares.
1 . EXISTE NA INCLUSÃO UM MATERIAL PEDAGÓGICO ESPECÍFICO PARA ATENDER OS EDUCANDOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS?
O material específico para alunos inclusos é voltado mais para os portadores de deficiência visual, onde a partir deste ano receberão atendimento através de sala de recursos. As vezes algumas deficiências, requerem procedimentos pedagógicos diferenciados, e os professores precisarão de apoio técnico e ajuda, na medida que forem aparecendo as dificuldades.
• COMO OS EDUCADORES PODEM “CATIVAR” OS PAIS A COMPARECEREM NAS REUNIÕES DE PAIS E MESTRES?
A assiduidade dos pais as Reuniões dos seus filhos está ligada ao interesse para com o desenvolvimento educacional das crianças bem com a receptividade do professor em conquistá-los. Por motivos diversos, como por exemplo, o trabalho, ou o fato do filho ir bem ou mal, muitos pais não comparecem as reuniões, sendo uma forma de alimentarem e justificarem sua ausência. O educador sempre que tiver oportunidade deve procurar conversar com estes pais ressaltando os aspectos positivos destes encontros. As Reuniões de Pais e Mestres são momentos aonde deverão ser explorados assuntos de interesse geral, algum tema que os pais gostariam de saber: sexualidade, atualidade, televisão, etc...O professor deve ter uma postura de valorização dos pais e do trabalho em conjunto.
É útil transformar as reuniões em um lugar mais aconchegante e informal, organizando a reunião com chá, café e bolachas, refrigerantes ou sucos, com pautas mais criativas e animadas, como por exemplo: dinâmica de grupo, jogos, pequena palestra, trocas de receitas,etc...
• POR QUE OS EDUCADORES ESTÃO TRABALHANDO COM PROPOSTAS DE PROJETOS PEDAGÓGICOS?
A proposta de Projetos Pedagógicos não é nova, vem dos modelos de Decroly Dewey, Carl Rogers, outros pesquisadores e psicólogos educacionais (ex.:centros de interesses, salas ambientes, técnicas diretivas de aprendizagem, etc...). baseando-se no interesse do aluno. O trabalho com projetos favorece motivação, permite a facilidade em subdividir a classe em grupos, mudar de estratégia usando um tema central.
• OS DEMAIS ELEMENTOS DA ESCOLA COMO: CORPO ADMINSTRATIVO, FUNCIONÁRIOS DA SECRETARIA, SERVENTES, COZINHEIRA, PORTEIRO, TAMBÉM DEVEM SER PREPARADOS PARA A INCLUSÃO? POR QUE?
Sim. O aluno incluso faz parte da escola como os demais, desta forma deverá ser recebido com carinho, informação de todos os elementos que compõem a unidade escolar, dissolvendo os medos, as resistências e os preconceitos.
• O EDUCADOR DA CLASSE REGULAR QUE RECEBE UM EDUCANDO PORTADOR DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS DEVE PREPARAR OS DEMAIS EDUCANDOS PARA A INCLUSÃO?
Seguiremos o mesmo procedimento de quando vamos receber alguém em nossa casa: avisamos dos hábitos, da rotina, de oferecer ajuda para que a pessoa sinta-se bem, etc... Portanto a classe deverá ser informada de maneira a discutirem o assunto. As crianças em geral não possuem preconceitos pré-estabelecidos ou rígidos. Caso o aluno incluso use cadeiras de rodas, bengala, ou algum outro tipo de apoio, permita que os alunos “experimentem”, questionem, isto facilitará o processo de aproximação tanto do aluno incluso que também vai temeroso como do grupo classe que está “curioso” e cheio de expectativas.
Lembrar sempre que o aluno incluso aprenderá como todos, mas precisará as vezes de adaptações e ajuda dos demais.
• O EDUCANDO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS PARA SER INCLUIDO NO SISTEMA REGULAR PRECISA SER AVALIADO POR QUEM ? PELO EDUCADOR? PSICÓLOGO? MÉDICO?
É uma questão que envolve todos as pessoas que atende o aluno. Começando pelo próprio aluno, pais, e demais profissionais envolvidos. É um trabalho de equipe. Quando não for possível é importante que o professor de Educação Especial elo professor do ensino regular se conheçam, troquem idéias, relatórios, experiências, em relação do porque da inclusão, como está o aluno, os benefícios, riscos,... Os pais são elementos que deverão estar participando disto tudo e precisam de apoio, informações claras para assumirem a opção.
• OS EDUCANDOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS DEVEM FREQUENTAR OUTROS ATENDIMENTOS ALÉM DA ESCOLA?
Depende. Cada caso é um caso, precisamos avaliar a real necessidade de outros tipos de atendimentos para possíveis encaminhamentos como: psicológico, fonoaudiológico, neurológico, terapia ocupacional, etc...
• NO SISTEMA DE INCLUSÃO OS EDUCANDOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NÃO ESTARÃO MAIS SUJEITOS À PRECONCEITOS E DISCRIMINAÇÕES?
Não. Se o ambiente de inclusão escolar respeitar as diferenças e as pessoas envolvidas estiverem informadas o preconceito se dissolve. Do contrário encontraremos muitas dificuldades, e esta inclusão pode ser mal sucedida.
• OS PAIS RECEBERÃO INFORMAÇÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO SEU FILHO/ SUA FILHA NA INCLUSÃO DA SALA REGULAR?TERÃO ALGUM TIPO DE ATENDIMENTO?
As informações deverão seguir do mesmo jeito, através das Reuniões de Pais e Mestres , através do professor apoiado com o professor de Educação Especial, quando for possível. Se os pais estão muito inseguros, deverão receber apoio de orientação, ou participarem de grupos de pais..
• O QUE FAZER QUANDO OS PAIS NÃO ACEITAM A INCLUSÃO DO FILHO/ FILHA EM CLASSE REGULAR?
A Inclusão é um processo relativamente novo, e que ainda causa muitos medos e resistências entre os pais, educadores e educandos. A família que apresenta extrema resistência, acreditamos que devemos respeitar sua opção.
Cabe a nós orientá-los levantando os aspectos positivos e negativos da inclusão, permitindo que os pais se responsabilizem pelo processo. A Inclusão nunca poderá ser de maneira impositiva porque cairíamos nos modelos de tirania desrespeitando o momento de cada um. Salvo exceções aonde observamos prejuízos na criança ou adolescente poderemos nos fundamentar segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente que a situação que os pais escolherem não é adequada ou trás prejuízos para o educando.
• O QUE FAZER QUANDO OS PAIS NÃO ACEITAM A CLASSE ESPECIAL PARA O FILHO/A FILHA COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS?
Segundo a legislação vigente, prevê que é facultativo (opcional) os pais matricularem seus filhos portadores de necessidades educacionais especiais em Educação Especial. O ingresso no Ensino Especial deverá ser discutido com os pais e com a criança, na oportunidade deverão ser informados e esclarecidos da real necessidade desta modalidade educacional.
• O EDUCADOR QUE RECEBERÁ PARA INCLUSÃO MEU FILHO/MINHA FILHA NO ENSINO REGULAR É ESPECIALIZADO? SERÁ SUPERVISIONADO? FEZ ALGUM CURSO?
Há necessidade do professor de ensino regular receber orientação e capacitação continua, do contrário não lograremos sucesso, pelo contrário, geraremos, sofrimento, humilhação, falta de compreensão, impotência, rejeições, fortalecimento de preconceitos,etc....
• O EDUCANDO QUE SAI DA CLASSE ESPECIAL ESTÁ PREPARADO PARA A INCLUSÃO NA CLASSE REGULAR E SE DEPARAR COM CONTEÚDOS DE SEXO, DROGAS, VIOLÊNCIA, ETC...?
Depende de cada caso, de que informações a criança ou adolescente com necessidades educacionais recebeu em casa, dos pais, na escola, em sua vida social, no contato com os meios de comunicação (televisão, rádio, revistas, jornais, internet, etc). Compreendemos que em geral as pessoas apresentem resistências para falarem sobre estes temas que fazem parte do nosso cotidiano, portanto não é pertinente de uma modalidade de ensino ou outra, é uma questão de consciência de mundo que deverá ser encarada como qualquer outro conteúdo que faça parte da vida. A maneira e a forma de comunicação utilizada para esclarecer estes temas será o diferencial.
• NO CASO DO EDUCANDO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS FOR INCLUSO NA CLASSE REGULAR E NÃO SE ADAPTAR PODERÁ VOLTAR PARA CLASSE ESPECIAL?
Não. Portanto é imprescindível um período de adaptação, do educando incluso em classe regular, só então se efetivará definitivamente sua matricula definitiva.
• COMO O EDUCADOR DEVE FAZER SEU PLANEJAMENTO QUANDO RECEBE EDUCANDOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS?
A proposta educacional atual indica que o professor não é mais um “transmissor do conhecimento”, mas sim “construtor”. Sendo assim, seu planejamento deverá respeitar e se adequar a individualidade dos seus alunos, modificando algumas atividades e estratégias de ensino. Para isso precisa de apoio, tempo destinado a isto, capacitação, desejo de mudança.
• COMO OS PAIS PODEM AJUDAR O FILHO/A FILHA NO PROCESSO DE INCLUSÃO NA ESCOLA? NO COTIDIANO? É POSSÍVEL PREPARÁ-LOS PARA ESTA NOVA SITUAÇÃO?
Conversando e tirando dúvidas com a professora, lendo a respeito, conversando com filho/filha. Na medida que os pais se sentem mais seguros e conscientes do processo tudo transcorrerá com mais facilidade.
• COMO OS EDUCANDOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS SERÃO AVALIADOS NAS CLASSES REGULARES?
Da mesma forma que os demais alunos, mas as estratégias de avaliação, os critérios deverão ser adequados. Do contrário retornaremos a outra forma de exclusão, fracasso escolar e inadequação.
• O QUE É TERMINALIDADE PARA OS EDUCANDOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS?
A terminalidade específica para aqueles educandos com necessidades educacionais especiais, que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para superdotados, prevista na L.D.B. 9394/96 no Art.
O art. 59, inciso IV, da Lei Federal nº 9.394/96, e o art. 28, do Decreto nº 3.298/99, asseguram o acesso à educação especial para o trabalho, tanto em instituição pública quanto privada, que lhe proporcione efetiva integração na vida em sociedade. Nesse caso, as instituições são obrigadas a oferecer cursos de formação profissional de nível básico, condicionando a matrícula do portador de deficiência à sua capacidade de aproveitamento e não ao seu nível de escolaridade. Ainda deverão oferecer serviços de apoio especializado para atender às peculiaridades da pessoa portadora de deficiência, como adaptação de material pedagógico, equipamento e currículo; capacitação de professores, instrutores e profissionais especializados; adequação dos recursos físicos, como eliminação de barreiras ambientais.
No âmbito estadual, há a Lei nº 11.944/95, que estabelece critérios para a implantação de centros profissionalizantes previstos no art. 224 da Constituição Estadual. Em seu art. 1º, determina que os centros profissionalizantes para treinamento, habilitação e reabilitação profissional do portador de deficiência e do acidentado no trabalho, previstos no art. 224, IV, da Constituição do Estado, deverão ser instituídos de acordo com as demandas regionais e locais e desenvolverão: programas de estágio ou outra forma de treinamento remunerado para os portadores de deficiência e para os acidentados no trabalho em processo de aprendizagem; inserção de seus formandos no mercado de trabalho; acompanhamento de seus egressos durante o período de adaptação profissional.
Cabe a cada município, desenvolver projetos e atendimentos para a profissionalização dos educandos com necessidades educacionais especiais que venham de encontro a sua demanda: orientação vocacional, atividades que promovam uma independência, locomoção, atividades laborativas ocupacionais, e outras.
O Paradigma da Inclusão no sistema social e educativo, exige a criação dos serviços na área da Psicologia Social: a orientação vocacional e o atendimento a família. Estas modalidades de atendimento poderão contribuir decisivamente para a concretização da igualdade de oportunidades, para a promoção do sucesso educativo e para a aproximação entre a família, a escola e o mundo de atividades profissionais, melhorando a rede de relações recíprocas indispensáveis ao desenvolvimento pessoal, interpessoal e comunitário no contexto nacional.
• REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Powell, Thomas H. Irmãos Especiais: Técnicas de Orientação e Apoio para Relacionamento com o Deficiênte. São Paulo: Ed. Maltese-Norma, 1992.
Sassaki, Romeu. K. Entrevista realizada pela Secretaria de Educação Especial, do Ministério da Educação e do Desporto. Brasília: In Revista Integração no. 20, ano 8, pp.8-10, 1998.
Assupção Junior, Francisco B e Sprovieri , Maria H. Deficiência Mental, família e sexualidade. São Paulo: Ed. Memnom, 1993.
Pessanha, Antonio L. S. Além do Divã: Um Psicanalista Conversa sobre o Cotidiano. São Paulo: Ed. Casa do Psicólogo, 2001.
Annais do 3o. Encontro sobre Inclusão – Ensino e Trabalho de Qualidade de Ensino para Todos. São Paulo: Promovido pelo Grupo 25, agosto,2001.
Revista Pedagógica Pátio Ano V No. 20, fevereiro/abril. Porto Alegre: Ed. Artemed, 2002.
Marina S. Rodrigues Almeida
CRP 06/41029-6
marina@iron.com.br
Psicóloga Clínica e Educacional, Pedagoga em Educação Especial e Pós-graduada em Psicopedagogia. Foi fundadora e organizadora do Projeto NUMAPS – Núcleo Municipal de Atendimento Psicopedagógico- atendimento aos alunos da Rede Municipal com dificuldades de aprendizagem de 5 a 14 anos. Trabalha há 18 anos no atendimento de portadores de necessidades especiais (def. mentais e auditivos) e fez parte do Projeto “Escola-Inclusiva” em São Vicente. Trabalha em consultório particular atendendo: adolescentes, adultos, casais, orientação de pais, supervisão e grupos de estudos em psicanálise para psicólogos e psicopedagogos.
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